Após três anos de funcionamento, a floresta já é capaz de se manter sozinha. | Foto: ©iStock/José Geraldo Costa |
De acordo com o estudo produzido pela pesquisadora brasileira
Cristina Banks-Leite, professora da Imperial College de Londres, seria
necessário investimento de apenas 0,01% do PIB nacional para este fim.
A proposta apresentada por ela é de que o governo
desenvolva um sistema nacional e integrado de pagamento por serviços
ambientais. Esta recompensa deve garantir a preservação de, ao menos, 30% da
cobertura vegetal. O cálculo do investimento, conforme publicado na revista científica Science, seria aplicado em 37 mil áreas de
mata atlântica e significa o equivalente a R$ 445 milhões. Pode parecer muito,
mas corresponde a apenas 6,5% do que é destinado aos subsídios agrícolas.
O estudo garante que a mudança não causaria prejuízo aos
produtores, nem em termos de produtividade e nem financeiramente, já que a área deixada de ser usada para o plantio seria recompensada pelo investimento
governamental. Pelo contrário, a própria agricultura poderia ser beneficiada
pela preservação das espécies e pelos serviços ambientais que elas realizam,
como a polinização, por exemplo.
As 37 mil áreas consideradas por Cristina nessa proposta
são locais em que os produtores já mantêm áreas de preservação de 20% e que já
possuem certa quantidade de animais e plantas vivendo ali. Isso facilitaria a
recuperação, tornando-a mais simples e eficiente.
Em entrevista à Veja, a cientista
esclarece que o investimento seria ainda menor com o passar do tempo. Após três
anos de funcionamento, a floresta já é capaz de se manter sozinha. Assim sendo,
o governo reduziria o investimento, para manter apenas a recompensa paga aos
agricultores. “A partir do quarto ano seria possível restaurar outras áreas de
Mata Atlântica com o investimento inicial, então, essa é uma estratégia que
pode ser adaptada à medida que o tempo for passando”, informou Cristina, que
está otimista com a possibilidade. “Eu acho que existe interesse político e
dinheiro disponível no momento, então é um momento propício”, conclui.
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