30 de setembro de 2015

Perigo de extinção a animais raros

Peripatus acacioi

Fragmento de mata isolado da área original
Além dos danos já comentados, o desmatamento vem causando fragmentação de habitat, que nada mais é que, a divisão de uma área antes maior e única, em duas ou mais partes, isolando um fragmento do outro com locais de pastagens, construções humanas, etc. Essa fragmentação causa vários problemas às espécies que habitam essas áreas, como por exemplo, o efeito de borda que é tornar mais interna e de maior extensão a borda desses habitats divididos, causando migração ou extinção de espécies nativas devido a não adaptação às mudanças bruscas.

Esses efeitos vêm ocorrendo cada vez com mais frequência e já causou danos graves em vários ecossistemas, um exemplo deles é a Mata Atlântica, hoje com, aproximadamente, 17% de sua vegetação nativa. Porém, com intuito de amenizar e reverter problemas causados, foram instituídas algumas áreas de preservação na mata e uma delas é a Estação Ecológica do Tripuí. Foi consolidada em 1978 no município de Ouro Preto após mobilização do meio científico (nacional e internacional) e da população local para a preservação da área.

Características da E.E.T.:



  • Cerrado: ocorrem campos limpos e campos sujos de cerrado;
  • Mata mesófilas: são formações predominantemente arbóreas, silvestres, climáticas, decíduas e semi-decíduas, que ocorrem na faixa tropical;
  • Áreas Úmidas/Brejos Permanentes: possui uma lagoa artificial, vários córregos nas depressões e brejos permanentes com solo higromórfico, cujo nível de inundação diminui no auge da estação seca;
  • Capoeira: são fases sucessionais que podem evoluir e apresentar florística e estrutura semelhantes às formações pré-existentes. Nessas áreas são comuns espécies herbáceas invasoras e espécies pioneiras.

Inicialmente, a Estação Ecológica do Tripuí foi criada com intuito de proteger uma espécie de animal raro que encontrava-se em perigo de extinção: o Peripatus acacioi. Considerado um fóssil vivo e um elo evolutivo entre anelídeos e artrópodes, é um invertebrado (classe dos onicóforas) pré-histórico que sobreviveu a mudanças climáticas severas.

Características morfológicas do P. acacioi:


Peripatus acacioi.
  • Possui a superfície corporal aveludada e de cor marrom-vinho;
  • O comprimento em média é de 24 mm, enquanto o diâmetro é de 2,5 mm;
  • Na região cefálica encontram-se duas antenas não muito espessas, aneladas e com papilas espinhosas, com um par de ocelos de cerca de 1 mm de diâmetro;
  • A boca tem um par de mandíbulas cortantes e um dente maior envolvido com um pequeno dente acessório representado por dez ou onze fileiras;
  • Apresentam o corpo com 26 a 28 pares de parapódios (“pés” laterais) da mesma forma e dimensões, sendo que no último par denotam-se aberturas genitais que são em número de duas;
  • O ânus situa-se no final do corpo.
Esse invertebrado parecido com uma lesma habita geralmente fendas no solo, entre arbustos e musgos, sob troncos caídos e revolvimento superficial dos folhelhos no chão da mata, em escuridão total ou penumbra, em temperaturas até 20°C, características encontradas na Mata Atlântica.

Além da E.E.T. ter grande importância histórica para o estado de Minas Gerais e o Brasil, é um dos sítios ecológicos mais importantes do país protegendo, além dessa espécie rara, abrigando também outras espécies, como aves (258), anfíbios (11), cobras (51), flores (500) e mamíferos diversos. Algumas também ameaçadas, contabilizando 16 espécies.



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Fontes:





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